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Vivemos um Isolamento Social

Atualizado: 17 de abr. de 2020

As pessoas que vivem neste mundo pararam, não porque assim quiseram, mas porque foi preciso e onde havia a necessidade de um ser humano à frente houve também a obrigação de se parar.



Vivemos um Isolamento Social! Tudo foi tomando uma proporção imensa e nós não estávamos preparados para entender a dimensão desta situação. Nos pegou de surpresa, ainda que víssemos a realidade lá fora, não poderíamos acreditar. As pessoas que vivem neste mundo pararam, não porque assim quiseram, mas porque foi preciso e onde havia a necessidade de um ser humano à frente houve também a obrigação de se parar. Muitos enfrentaram o risco da morte por você, por mim e pela humanidade, e em sua maioria sem serem gratos e entendedores do que vinha ocorrendo. Tomar decisões nesse momento não parece fácil. Tudo parou e eu também precisei parar.


Com isso, nos vêm momentos que nos fazem voltarmos a nós mesmos, encontrando o que nos agradava e convivendo com o que nos entristecia, mas sem esquecer de sermos fortes porque dentro de nossas casas muitos precisavam de nós. Sofremos calados e desabafamos para aquela pessoa que mais temos intimidade. Coitada dela!


Preciso me adaptar


Eu também estava no meio de tantas turbulências internas e externas e, como todo mundo, me tornei, algumas vezes, insuportável. O grito era de socorro, todavia, sem poder sair para outro lugar. Eu queria descer, como dizia aquela música: “para o mundo que quero descer”, mas não foi possível. Muitos se desesperaram e não foram compreendidos. Algumas pessoas, ao abrirem suas programações, a nível de subconscientes, sentiram-se deprimidos, depressivos; outras, com um pavor intenso, abriram seus arquivos de síndrome de pânico e; para algumas outras a solidão bateu. Entretanto, o momento é para cada um pensar em si próprio como forma de sobrevivência, para manter o emprego, ter saúde física e mental, fortalecer sua espiritualidade, e de sentir-se mais forte, muito mais do que imaginávamos que pudéssemos sermos capazes. É momento de decidirmos: Somos capazes e queremos viver em harmonia.


Passada essa primeira fase, vieram as consequências do esforço para ser mais forte, contudo, apareceram também a solidão, as cobranças, crianças querendo minha atenção para ficar com elas como se de férias estivesse, mas sem ter me preparado adequadamente para explicar que eu tinha que, obrigatoriamente, trabalhar em casa e precisava ser melhor. Outras pessoas utilizaram as redes sociais para não ficarem esquecidas e junto dessa sede de sobrevivência surgiram os engarrafamentos virtuais. Eu queria assistir algo e não conseguia, a internet estava saturada, o que me deixava cada vez mais irritada.


Lutando para sobreviver


Muitos de nós estamos vivenciando esse momento agora! Preciso, além de cumprir com as minhas responsabilidades profissionais, conviver também com as cobranças domiciliares, qual seja, da mulher ser ao mesmo tempo mãe, cozinheira, passadeira, arrumadeira, profissional e esposa, de cobrar o marido em ajudar nos afazeres de casa, sem ao menos ter aprendido, como também de pensar nas consequências, de ver as crianças felizes pela minha presença, mas sem poderem sair ou brincar. Tentar buscar afazeres legais para passar o tempo sem se esquecer que não podemos abraçar aqueles quem mais amamos como forma de suprir uma necessidade ou apenas para demonstrar um sentimento de carinho.


Ufa! São tantas coisas. Habilidades que eu não tinha, mas que necessito ter agora.

Eu também me vejo em atividades caseiras que há muito eu fazia por hobby e por prazer, mas que agora se tornaram necessárias e que me trazem um novo aprendizado.


Estou aprendendo muito, assim como vocês. E tenho me exercitado para que meu coração não machuque o coração do outro e que eu somente opine sobre as coisas que realmente me solicitem. Como também para que eu consiga agradecer mais pela vida das pessoas que caminham comigo, abraçar mais quando toda essa fase passar (já abraçava muito diariamente), a valorizar ainda mais os encontros com meus irmãos, família, com meus vizinhos na minha rua, a curtir mais meus filhos e netos e meus amigos, enfim é momento de reflexão. Tenho exercitado ainda mais minha gratidão ao próximo e a Deus – aquele que me conduz diariamente.


Me superando sempre


Por ser portadora de doença autoimune (Sarcoidose) preciso de maiores cuidados diários, mas sem me deixar abater pelo sentimento de ser um peso de preocupação para os meus filhos que eu tanto necessito e os quais, por sinal, são maravilhosos.


São, para mim, momentos de gratidão e aprendizado.


Como tenho agradecido a Deus por ter tanta misericórdia pela humanidade, nos permitindo, ainda que pela dor, de uns a ficarem mais próximos de filhos pequenos, ou a desejar ficar com os netos. Penso que, quantos papais desejavam que seus filhos ficassem mais nas escolas e dormindo quando chegavam em casa, era cansaço, tudo isso nos favoreciam anteriormente – quantos pais mais idosos, que vivenciavam uma certa solidão diária, a qual é muito triste, e muitos filhos nem se davam conta. É um momento de nos voltarmos muito mais às pessoas que amamos.


Como eu também tenho agradecido pela chuva, que lava tudo e que pode levar todo esse vírus para o mar da misericórdia divina e libertar a nossa humanidade, e pelo sol, que pode queimar e enfraquecer todos os vírus. Devemos dar sua importância a cada coisa do nosso planeta na realidade em que vivemos. Os animais estão mais livres sem ameaça dos homens.


Ah!!! Como é bom vermos as oportunidades nas dificuldades, o marinheiro fica um profissional melhor, quando aprende a navegar na tempestade.


Processo Evolutivo


O que trago para mim nesse momento, é ajudar da maneira que me é possível, porque meu propósito de vida tem sido ajudar as pessoas a serem mais felizes, permitindo que elas possam compreender melhor suas histórias. Acreditando que o pouco que tenho é muito para aquele que está precisando, faço o que me é possível. Carrego comigo a certeza que ofereço muito pouco diante do muito que tenho... por isso vou ao encontro do outro a cada novo dia. Fica ainda um sentimento que posso ser ainda melhor, isso é processo evolutivo e harmonia com o universo.


Para muitos foi necessário um vírus para nos fazer lembrar que precisamos conversar com Deus e que não basta rezar unicamente para si, mas também para a humanidade. Tudo isso nos parecia que estava meio fora de moda, mas entendemos nesse momento da história que o individualismo não resolve nada. Precisamos do nosso próximo! Preciso estar bem para ajudar o outro.


“ Amar o próximo como a ti mesmo”

Penso que nossa fé reascendeu ainda mais linda, seja lá qual for a sua crença. Entendemos como nossos idosos são frágeis e dependem muito de nós. Sentimos falta e percebemos o valor de um abraço e do aconchego da família. Pouco importa nossa classe social, raça, crença, orientação sexual quando vivenciamos uma catástrofe de uma pandemia. É um ajudando o outro.


E o consumismo será que voltará com um novo olhar?


Que maravilha é o ar puro, as ruas mais limpas, a água do mar mais cristalina já que não existe ser humano poluindo nossas praias. É o tempo de aprendermos a valorizar as pequenas coisas, que antes nem percebíamos. O vírus também é muito pequeno ao ponto de ser invisível aos olhos, mas vem matando milhares de pessoas.


Na verdade, somos frágeis sim, contudo podemos ser melhores. Penso que um vírus nos tenha acordado. Temos tempo para parar e pensar. Se queremos aprender ou não, por falta de oportunidades que não foi.


A verdade é que queremos muito que esse momento passe e que a vida recomece. Muitas vezes esquecemos de nos conectar mesmo distante com as pessoas por várias formas. Mas aprendemos o mais fácil e isso parece muito difícil. É tempo de aprender, aprendemos a andar andando.


Quanto a mim, peço para que eu seja uma pessoa ainda melhor!

Ainda bem que tudo isso é temporário!!!

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